Muito se discute sobre o tempo de retorno do investimento para se ter um Sistema Fotovoltaico (SFV) em uma Unidade Consumidora (UC). A ideia é somar as economias proporcionadas mês a mês pelo SFV na conta de energia, até que se some o valor total do investimento. O tempo de retorno do investimento é o período decorrido para que isto aconteça, a partir do momento da aquisição/instalação do SFV. Quando isto acontece, diz-se que o sistema “se pagou”.
No Brasil, em média este tempo de retorno é de 4 a 7 anos, a depender de fatores como a quantidade de irradiação solar disponível no local e a tarifa de energia da concessionária. Comparando com o tempo de vida útil do SFV, que é de 25 a 30 anos, de cara percebe-se que é um investimento rentável.
No entanto, há de se reconhecer que o brasileiro, de maneira geral, não tem o hábito de encarar o Dinheiro pensando em investimentos num horizonte de médio e longo prazo. Portanto, o tempo de retorno pode não ser a melhor maneira de ilustrar os benefícios financeiros de se ter um SFV.
Existe um outro indicador relativo aos SFV que está intimamente relacionado com o tempo de retorno do investimento, mas que dá uma perspectiva diferente na hora de analisar uma proposta de SFV, e que pode ajudar você a entender melhor a razão pela qual é interessante ter um SFV.
O Custo Nivelado de Energia (tradução do inglês para o termo representado pela sigla LCOE) é a relação entre todos os custos associados à geração de energia pelo seu SFV e a quantidade de energia que se estima que ele vai gerar ao longo se sua vida útil. Em outro post, discutimos como se obtém a soma de todos os custos relativos ao SFV, bem como o estimado de toda a energia gerada por ele.
Aqui, o importante é observar que o LCOE é uma figura de mérito que representa o quanto se gasta para gerar uma unidade de energia elétrica com um determinado SFV. Já a tarifa de energia da concessionária representa o custo de se comprar uma unidade de energia elétrica desta companhia, e inclui impostos federais e estaduais.
Por exemplo, se o LCOE de um determinado SFV #1 é estimado em R$ 0,49/kWh, enquanto a tarifa da distribuidora é R$ 0,70/kWh, o consumidor proprietário daquele SFV gera a própria energia por um valor 30% menor do que o preço que teria de pagar à concessionária para comprar a energia que consome.
O simples fato de o LCOE ser menor do que a tarifa de energia já viabiliza a aquisição de um SFV, já que é mais barato gerar a própria energia do que comprá-la da distribuidora.
Um outro SFV #2 tem o LCOE igual a R$ 0,35/kWh, e está instalado numa UC atendida pela mesma distribuidora. Perceba que o LCOE do SFV #2 é menor que o do SFV #1 (50% menor que a tarifa de energia da concessionária). Isto quer dizer que o proprietário do SFV #2 paga ainda mais barato para gerar sua própria energia. Consequentemente, a economia mês a mês do SFV #2 é maior, ou seja, o tempo de retorno do investimento será menor do que para o SFV #1.
Para o consumidor, a ideia do Custo Nivelado pode ser mais palpável do que o tempo de retorno do investimento. Portanto, esta é uma ferramenta importante de ser compreendida e analisada nos orçamentos de sistemas fotovoltaicos.